06/05/2021 - Autor: Equipe Porankatu
Se acha que mulheres sozinhas não podem ou não devem sair para balada sem companhia, chegou a hora de quebrarmos alguns “tabus”, e revermos alguns conceitos!
As mulheres conquistaram um papel importante no que diz respeito ao feminismo, direitos igualitários e a incansável busca por liberdade. Sem depender de ninguém, as mulheres prosperam diariamente, ganhando o seu espaço e sua autonomia.
Desde o primórdio da sociedade, o papel da mulher vem sendo modificado, e a tarefa sempre exigida era a de cuidar do lar e dos filhos. Hoje não é mais uma exclusividade e nunca deveria ter sido.
A luta da mulher tem ganhado cada vez mais importância e visibilidade, e a busca por igualdade faz com que a independência seja um primeiro passo.
Você já deve ter ouvido inúmeras vezes que mulheres não devem sair sozinhas por aí, principalmente à noite, em baladas e com roupas curtas. Mas afinal, será que as mulheres têm de se privar de sua liberdade de se vestir e de ir e vir, ou os homens que precisam aprender a ter respeito e controlar suas vontades?
É visível que, atualmente, o número de mulheres que decidem viver suas vidas sozinhas tem aumentado de forma significativa. Na maioria das vezes isso ocorre por medo de se colocar em um relacionamento tóxico, abusivo ou sem abertura para conversa. Com isso, mulheres preferem não se submeter a essas situações a ter um parceiro amoroso, optando então por serem eternamente solteiras. Algumas vão além da escolha de não ter um relacionamento, chegam a não quererem se relacionar de nenhuma maneira, nem emocional ou sexual. Para informação de todos, vivem muito bem sozinhas, sendo autônomas e se realizam perfeitamente com o convívio de familiares e amigos. Mas, poderia isso ser interpretado como um sinal de medo ou incapacidade de se relacionar?
Na nossa concepção, é um sinal de autossuficiência, força e resistência. A vida de uma mulher com o status sozinha pode despertar estranheza para muitos, mas o fato de estar sozinha, na maioria das vezes, é por opção. E para os que estranham essa escolha, surgem vários questionamentos, como por exemplo:
Muitas mulheres se deparam constantemente com esse tipo de indagação, mas cada uma tem a sua forma de responder. Mas em suma, a resposta é uma só: Muito melhor estar sozinha do que mal acompanhada.
Não pense que mulheres que ficam solteiras por toda a vida, e acabam sendo intituladas como “mulheres que ficaram pra titia”, viveram ou vivem assim por falta de opção. Uma imagem mental errônea se forma para alguns imaginando uma mulher estranha, desprovida de beleza ou encantos, amarga, mal humorada. E na maior parte dos casos, quando se descobre serem bem humoradas, bonitas, charmosas, as pessoas perguntam: mas porque uma mulher como você ficou pra titia? Temos quase certeza que foi por que ela quiz.
Existe também a torpe realidade em que essas mulheres acabam sendo rotuladas de homossexuais reprimidas, que não tiveram coragem de se aceitar e se assumir, daí ficaram sozinhas. Calma lá! Se você pensa algo similar, reveja seus conceitos. Não é um problema escolher viver sem um companheiro. Sim, Infelizmente, existiram alguns casos em que essa era uma triste realidade há um tempo atrás. Mesmo assim, pode não ser verdade e mesmo se for a realidade para alguns casos, não é motivo para julgar essa pessoa diferente! Acredite! Qualquer pessoa pode escolher viver sozinha e ser muito feliz e realizada.
Com o crescimento do feminismo e sua popularização, mulheres já não aceitam mais serem dominadas, abusadas, mandadas e desmandadas. Não precisam mais de um homem para prover o lar e serem aceitas na sociedade. Tão pouco precisam de um parceiro fixo para suprir sua carência afetiva ou sexual, em prol da preservação de sua moral. Hoje, lugar de mulher é onde ela quiser, com quem ela quiser e como ela quiser!
É possível observar que comumente mulheres que estão sozinhas, ou na companhia de amigas preferem frequentar baladas LGBTQIA+. Nesses ambientes elas se sentem mais à vontade para extravasar, dançar, beber, aproveitar a companhia de amigos e se divertir, livre da censura, comentários sexualizados e risco de assédio ou violência.
A violência contra mulher, e os casos de abuso e estupro, são muito mais comuns nas baladas onde o público principal é de heterossexuais do que em ambientes LGBTQIA+. Desta forma, as mulheres, independente da sua opção sexual optam por frequentar lugares onde o respeito vem em primeiro lugar e onde seu corpo não é um pedaço de carne pronto para ser consumido. Ali, os olhares que podem julgar julgam apenas sua make, sapatos, roupas, cabelo e jeito de dançar e com isso elas podem lidar muito bem – mesmo que role aquela vontade de voar na cara de quem “gongou” ela.
Devemos sempre lembrar que quando uma mulher, ou qualquer pessoa, sai de casa, não necessariamente ela está procurando um parceiro. Muitas vezes, as baladas, são ambientes para interagir, fazer amizades, colocar o papo em dia, socializar e encontrar pessoas que tenham coisas em comum.
Mulheres geralmente gostam de dançar, mas se sentem “coagidas” quando estão cercadas por homens com cara de sedentos, fitando-as por todos os ângulos. Essa é mais uma razão pela qual mulheres se sentem mais livres nas baladas LGBTQIA+.
Embora se sintam mais seguras nas baladas LGBTQIA+ quando a intenção é se soltar, a maior parte das mulheres frequentam as baladas onde o grupo predominante é heterossexual, e também lidam muito bem com a situação. O importante é sempre lembrar que a mulher pode estar onde se sentir melhor, e estar desacompanhada de uma figura masculina ou amigas não é um convite automático para homens se sentirem em vantagem e fazer o que quiserem com ela.
E mesmo quando a intenção é paquerar, ainda assim, dificilmente mulheres se atrevem a sair sozinhas. O medo de um “não” não ser suficiente é real e daí, ir em grupo de amigas gera maior segurança. Mulheres andam em grupos não apenas porque é prazeroso estar com amigas, mas muito disso se torna comum pelo medo que elas sentem. Não apenas da violência sexual, mas de qualquer tipo de violência ou assédio. Infelizmente, mulheres são vistas como mais vulneráveis em diversos aspectos e acabam sendo mais vitimadas em múltiplas ações criminosas, como assaltos ou agressão.
A luta das mulheres para colocar fim a tantos julgamentos, é o primeiro passo para a libertação de todas as amarras que as prendem. Muitas se acostumaram com julgamentos e imposições de verdade, isso desde de sua existência na sociedade. A cultura machista fez e ainda faz com que muitas mulheres repensem se o que fazem e a forma de agir estão de acordo com essa visão.
A verdade é que as mulheres devem ser quem são e devem mostrar ao mundo sua força. Se você for mulher, seja a mulher da sua vida, seja a mulher que deseja ser.
Julgamentos de fora não dizem respeito à sua vida. Cada mulher vive da maneira que ela quiser!
Você gostou do nosso texto sobre sair sozinha para balada? Ele te deu um pouquinho mais de coragem de se divertir dessa forma? Conte para nós!