03/02/2022 - Autor: Flávio Trevezani
Uma tendência interessante e super viável para quem não aguenta mais os isolamentos acumulados da pandemia são as micro excursões, ou nesse caso, excursões curtas ou bate e volta. Excursão de maneira geral já é uma forma de viajar que se torna válida por uma série de fatores. Para a maioria das pessoas que moram longe dos aeroportos nas cidades do interior, por exemplo, as excursões são uma forma de viajar mais acessível logisticamente, confortável e segura. E claro, o fator “preço” que torna muito atrativo esse modelo de pacote turístico para uma faixa mais ampla da sociedade. Além do conforto do transporte, existem as companhias durante a viagem, o trabalho da organização, as reservas realizadas pela empresa que vende o pacote e também, um recurso para quem não possui carteira de motorista ou não quer dirigir longas distâncias e poder aproveitar mais os passeios.
Mas essas excursões na qual falamos no início, implicam em passeios para locais não muito distantes, onde a logística e o custo são acessíveis para pessoas que buscam novos ares, podendo cumprir suas cargas horárias de trabalho na segunda-feira de manhã.
Muitos têm sido os destinos saindo daqui da região de Vitória, Espírito Santo, por exemplo. Búzios, Cabo Frio, Itaúnas, Ouro Preto, entre outros. E o atrativo dessas excursões são os valores, que geralmente são bem acessíveis, numa faixa de R$300 em média, variando para mais ou menos. Mas podendo ser ofertadas a preços irresistíveis como R$150. Valores que incluem o transporte, a hospedagem e geralmente o café da manhã e, em alguns casos, até passeios de barco ou similares.
Recentemente, ocorreram uma série de casos de excursões com problemas, organizadas no Espírito Santo. Desde a alegação do motorista de transporte em não ter recebido o pagamento do traslado até a pousada não ter reserva que comporte todos do grupo, tem acontecido em alguns casos. Quando falamos excursões com problemas, entramos num campo ainda não averiguado completamente sobre suas razões e motivos.
Problemas com passeios e excursões não são novidade e nem um caso exclusivo do estado capixaba. Esses episódios que vêm ocorrendo há diversos anos, ou seja, não é um problema novo. Porém, é um problema ainda não muito falado e “atentado” para que todos fiquem mais alertas e evitem esse tipo de problema.
As possibilidades nesses casos vão desde golpes da empresa organizadora, ou de parte dos envolvidos, até uma série de imprevistos por falha de organização ou comunicação. Mas independente dos motivos que levam ao ocorrido, relatos levantam situações como:
Os problemas nesses casos vão muito além do custo extra inesperado, que já é motivo suficiente para estresse. Implica também a tensão, o estresse, a insegurança e, em alguns casos, a necessidade de resolver essas problemáticas por conta própria, por falta de gestão imediata da empresa organizadora. Assim, aquilo que era pra ser um passeio relaxante e prazeroso, acaba se tornando uma grande tempestade de emoções, estresse e problemas a serem geridos.
Nos acontecimentos citados, os grupos acabaram tendo de reunir valores, nesse caso, fazer uma “vaquinha”, para pagamento do retorno do transporte, após a alegação do não pagamento.
Numa conversa com Patrícia Silveira, advogada na área cível, sócia da empresa Rocco e Silveira Advogados Associados, ela cita que “A falta de pagamento, na terceirização não possibilita o abandono, pois os passageiros são os consumidores finais e por tal razão são os mais protegidos. Normalmente existe contrato entre as partes que deve constar os prazos para pagamento, entre outras coisas referentes ao transporte”. Em situações como essa, a cobrança do pagamento por parte dos contratados terceirizados da empresa de excursão, diretamente aos passageiros é indevida. As empresas não devem cobrar do consumidor uma anuência que foi tratada legalmente entre as partes jurídicas envolvidas, na ocasião: empresa de excursão e terceirizados.
Considerando que houve um contrato, cabe o repasse dos valores entre as partes e não o custo extra dos consumidores para garantir a hospedagem, retorno ou o que lhes for vendido.
Guarde sempre o comprovante do que foi comprado. Tenha em mãos o descritivo do passeio contratado, o que está incluso neste serviço, as datas e destinos, o máximo de detalhes possíveis. Isso lhe dará respaldo na hora de exigir seus direitos e recorrer judicialmente em caso de lesão e não cumprimento.
Como falamos, seja golpe, falta de organização ou azar acumulado, em doses cavalares (no caso dos organizadores), existem algumas formas de reduzir as chances de passar por uma situação dessas grandemente.
Não é fácil, mas realizando esse crivo você provavelmente vai se livrar de 90% das possibilidades de problemas, independente das razões que o causarão. Sempre lembrando que imprevistos acontecem, como um ônibus quebrar durante o trajeto ou algum problema de última hora na estrada ou na estadia. Mas uma empresa experiente e/ou preparada, sempre tem um plano extra para essas situações.
Nosso artigo tem a finalidade de alertar e deixar todos mais atentos aos riscos e evitá-los. Não desanime de realizar a excursão que tanto deseja. Acreditem, existem muitas empresas fantásticas e altamente preparadas para proporcionar a você, e todos que realizarem a excursão, uma viagem incrível.
Para complementar e resumir o assunto ao mesmo tempo, assistam ao vídeo do nosso canal da série Papo Porankatu, que sai todas as quartas trazendo sempre um assunto novo pra vocês.
Boa viagem!!!!!