13/07/2021 - Autor: Flávio Trevezani
Existe um imenso universo de opções de diversão e lazer ao nosso redor, independente de onde se esteja. Alguns leitores, muito provavelmente, irão dizer ao ler isso que em sua cidade, bairro ou região não tem “Nada! Absolutamente nada” de bom para se fazer. Mas saiba que enxergar essas opções é muito mais uma questão de gosto, ponto de vista, disposição, companhia, pesquisa, criatividade e algumas vezes, dinheiro, do que realmente a falta delas.
Hoje, nosso dia-a-dia tem como alternativa básica de diversão o celular, computadores e a tv, com seus diversos meios de entretenimento: streamings de filmes e séries, aplicativos diversos, jogos eletrônicos, redes sociais, apps de comunicação e mensagem. Tudo isso no conforto e segurança de nosso lar. Em 2019, as pessoas passaram 3 horas e 40 minutos por dia, em média, utilizando aplicativos, segundo dados da consultoria App Annie, uma companhia de análise do mercado mobile. A empresa de streaming de filmes e séries Netflix, a mais popular entre o público brasileiro, divulgou em entrevista ao site INTV, que os assinantes da plataforma passam em média duas horas por dia assistindo os conteúdos do streaming. Logo, a nossa diversão e entretenimento tem se resumido ao conforto do lar, com acesso à internet, bem antes de qualquer pandemia e convenhamos, nós adoramos isso.
Olhando por outro ângulo, é um fato que a maioria de nós, de tempos em tempos, precisa de interação, seja com outras pessoas, culturas, ambientes ou com a natureza. Enfim, precisamos socializar e sair desse ambiente confortável e seguro que chamamos de lar. Ambiente esse que em excesso, cansa e pode nos levar a beira da insanidade, com certo exagero em nossas palavras, mas com um bom fundo de verdade. E diga “Amém!” se você concorda e é uma pessoa que passou ou ainda passa por isso.
Prova disso foi e tem sido, para algumas pessoas ainda, o isolamento durante a pandemia, onde já é indiscutível a existência e a disseminação do vírus SARS-CoV-2 que ocasiona a contaminação e desenvolvimento da COVID-19. Graças a essa situação, o isolamento passou a fazer parte da rotina de todos. Logo, percebemos que muitos não conseguiram seguir à risca os procedimentos de isolamento indicados pela OMS, até que a tão esperada vacinação e o controle sobre a doença alcancem os níveis seguros e aceitáveis para segurança da população. Níveis esses que já começam a se mostrar animadores de certa forma, mas que ainda estão longe do tão esperado ideal. Pois é! Ainda não estamos completamente liberados para realizar aglomeração de pessoas livremente e de nos livrar-mos definitivamente das nossas companheiras de dois anos já: as máscaras e o álcool gel (apesar que o álcool em gel é uma ótima prática para se manter após pandêmia, junto ao hábito de lavarmos a mão com mais frequência).
Que tenha sido pelo negacionismo ou pela pura irresponsabilidade consciente, as atitudes de muitos durante a pandemia, ao quebrar o protocolo e aglomerar, comprovam que de fato precisamos sair, viajar, passear e interagir com outras pessoas. E aí entra a nossa colocação do início desse texto: existe um imenso universo de opções de diversão e lazer ao nosso redor, não importa onde estejamos.
Um mercado nada novo, mas nunca antes delineado, definido e abordado de forma concisa. Surge diante de todos com uma enorme carência de ferramentas, desenvolvimento tecnológico, estruturação e investimento para descobertas e crescimento: o mercado da diversão.
Nós da Porankatu enxergamos esse universo, que chamamos de diversão, já algum tempinho, bem antes de nascermos até, o que ocorreu oficialmente em 2019. O universo da diversão abrange todas as opções possíveis para os momentos livres de lazer e descontração. Não importa se são durante uma viagem ou no seu dia-a-dia. São todos os momentos que fujam do aspecto introspectivo do entretenimento domiciliar individualizado e que possibilitem ao indivíduo fazer atividades, em sua maioria, físicas e presencialmente. Lazer cotidiano, entretenimento, esportes, turismo e opções gastronômicas compõem esse universo amplo e rico no qual nós estamos buscando consolidar e ampliar no mercado.
Para aqueles que moram em grandes centros urbanos, é inegável que existem mais opções de lazer, cultura e diversão, como: museus, parques, clubes, balneários, teatros, shoppings, cinemas, restaurantes, bares, entre outros. Ainda assim, quem mora nesses centros, tende a considerar a maioria dessas opções que citamos limitadas, repetitivas e não atraentes ao gosto peculiar de alguns. Além do fator de acessibilidade e dificuldade do deslocamento que possivelmente invalida a atividade ou atração. Seja pela problemática dos transportes públicos (lotações, conexões ou intervalos alargados entre os horários de trajeto), a dificuldade de acesso e/ou a necessidade de estacionamento e falta de infraestrutura e possibilidade para tal. Tudo isso causa ainda mais desinteresse de quem busca algo para fazer fora do trivial e do ambiente de sua casa.
Mudando nosso foco para os locais turísticos, na maioria das vezes, as opções existentes não são voltadas ao público local. O custo e acesso dessas opções tendem a ser geralmente caras, consequentemente, vistas como inválidas de serem realizadas com frequência por quem mora no lugar. Uma realidade ainda mais curiosa e triste em relação a regiões turísticas é o fato de que a maioria dos moradores locais nunca fizeram ou visitaram nenhuma atração da região, e se foram e fizeram, foram apenas uma ou pouquíssimas vezes na vida. Isso devido a seus custos ou dificuldades envolvidas.
Se esses foram os pontos levantados pelo olhar de muitos, em ambientes urbanos e turísticos que são bem mais ricos de opções, quando saímos deles e nos afastamos para os interiores, subúrbios, comunidades, distritos, lugarejos e regiões rurais, com certeza se imagina haver bem menos opções de cultura e lazer.
Mas como dissemos anteriormente, tudo depende do gosto, ponto de vista, disposição, companhia e, às vezes, dinheiro de quem está à procura do que fazer.
Futebol com colegas, reunião em casa com amigos e familiares regada de comida, bebida ou apenas bate-papo. Ir para um bar, lanchonete ou mesmo ao boteco da vizinhança e sentar-se numa mesa para tomar uma cerveja, comer um lanche, uma pizza. Jogar baralho ou dominó na praça ou parque, caminhar ou correr, andar de bicicleta numa rota nova, fazer uma trilha, tomar banho em algum balneário da região, seja de mar ou água doce. Passear com o cachorro, visitar locais diversos: naturais ou históricos. Tomar um sorvete ou açaí, sentar numa barraca de comida de rua e degustar um sabor tradicional ou diferente. Olhar vitrines e lojas sem compromisso, comer ou beber em um lugar novo, ir assistir aquele show ao vivo no bar da vizinhança, entre milhares de outras opções.
Em grande parte das opções, tudo depende da companhia, disposição e da motivação que nos impulsiona. Na maioria das vezes, não lembramos, consideramos ou valorizamos tais opções simplesmente porque estamos programados a achar que só é válido de fato se estiver na “moda”, gerar aquela inveja em quem não foi ou fez, render likes nas redes sociais ou se for algo bastante seleto ou sazonal.
Daí, se é para nos “contentar com simplicidade e mesmices”, que na maioria das vezes não fazemos a muito tempo ou nunca fizemos, preferimos ficar em casa no celular, computador ou tv. Longe de mim julgar quem se contenta com celular e tv, todos adoramos tirar um tempo para isso. Mas, quantas vezes antes da pandemia você se dispôs a desbravar a região à sua volta? Experimentar o sabor de um bar, restaurante, padaria, lanchonete diferente ou comentada? Ir a praias, fazendas ou parques diferentes da região? Seguir um circuito? Pedalar num local diferente sem ser ciclista assíduo? Ir em outra praia, lagoa ou cachoeira das habituais? Experimentar um novo esporte ou atividade? Experimentar uma nova dança ou arte? Assistir a um show local ou num estilo diferente do de sempre?
Se a resposta foi “nunca” ou “quase nunca”, antes de reclamar que não tem nada de bom para fazer, reveja suas opções e conceitos, principalmente quando alguém de outro bairro, cidade ou região perguntar “o que tem de bom para fazer onde você mora?” e você vier a velha e pobre resposta: “nada”. Na maioria das vezes, aquilo que parece sem graça e trivial para você, que cresceu vendo ou frequentando, provavelmente será uma experiência nova e extraordinária para quem visita o lugar pela primeira vez ou muito raramente, por mais simples que possa parecer a seus olhos.
A Porankatu está sendo desenvolvida para resolver esse problema para aqueles que não sabem o que fazer na hora de aproveitar o tempo livre e se divertir. Em breve todos, independente de gênero, raça, religião, idade, orientação sexual, limitação física, gostos pessoais ou condição financeira, poderão descobrir muito mais desse universo que nos circula: o universo da diversão à nossa volta.