20/03/2021 - Autor: Flávio Trevezani
Comemorado no dia 20 de março, o Dia Internacional da Felicidade foi inspirado por uma métrica originada no Butão, reino localizado nos Himalaias. O reino do Butão começou a medir o índice de felicidade dos seus cidadãos e a usar esses dados para calcular o nível de bem-estar socioeconômico do país e seu PIB (Produto Interno Bruto). O dia internacional da felicidade foi criado pela ONU em 2013, e desde então, passou a considerar o nível de felicidade de um país e a sua influência na saúde socioeconômica, dando origem ao FIB (Felicidade Interna Bruta).
O FIB, índice que mede a felicidade interna bruta de um país ou região, se deu origem em 1972, no reino do Butão. Os governantes do país passaram a calcular sua riqueza considerando não apenas os resultados econômicos, mas também a qualidade psicológica, espiritual, ambiental e cultural de seus cidadãos. Essa métrica se espalhou rapidamente pela Ásia e mundo afora, após encontro realizado no país pela ONU. Após o encontro, o índice de felicidade foi difundido e instituído pela Organização das Nações Unidas como fator crucial para se medir a saúde socioeconômica de uma nação.
A ONU estipulou metas importantes que buscam melhorar a preservação, crescimento sustentável e qualidade de vida do planeta com as ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável). Estes itens compõem a Agenda 2030 da ONU, com 17 objetivos e 139 metas, que buscam cumprir até o ano que dá nome a mesma. A agenda 2030 tem o principal propósito de erradicar a pobreza e desigualdade social, diminuir a degradação ambiental, equilibrar economicamente o mundo, entre diversos outros fatores importantes para o desenvolvimento sustentável do planeta. Essas ações buscam o equilíbrio e a sustentabilidade mundial. Dentre as ODS, alguns itens levam em consideração o foco específico na qualidade de vida física e psicoemocional dos povos espalhados pelo mundo. Essas ações impactam diretamente no índice de felicidade deles.
Antes de buscarmos entender os impactos da felicidade, precisamos entender do que se trata esse sentimento, sensação, emoção ou estado de espírito.
Segundo as definições do Oxford Languages, felicidade é o estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar.
Para a psicologia, a felicidade é subjetiva e para se medir ela é necessário levantar diversos fatores físicos e psicológicos. Idade, religião, renda, estado civil, profissão, cultura, entre outros são alguns deles. Freud, médico criador da psicanálise, acreditava que todos os indivíduos são movidos pela busca da felicidade.
Já pelo olhar da filosofia, segundo Aristóteles, filósofo grego, felicidade é o equilíbrio entre o instinto (vontades do corpo) e a razão.
Existem diversas formas de interpretar a felicidade. De maneira resumida, felicidade é uma sensação de satisfação e realização. Ela pode ser momentânea ou longeva, movida por diversos fatores que variam de acordo com cada momento, circunstâncias, cultura e indivíduo. Logo, o que é felicidade para mim, pode não ser para você, e vice e versa.
Mas o FIB possui fatores bem definidos do que se gera felicidade a um povo ou nação. Saúde física, saúde mental, satisfação no trabalho, felicidade social, bem-estar político, bem-estar econômico e bem-estar ambiental são fatores relevantes para calculá-lo.
É um conhecimento comum que o bem-estar pessoal gera impacto direto na qualidade de vida e nos resultados produzidos por cada indivíduo de forma direta. Vivemos dias cada vez mais reclusos, que proporcionam maior isolamento social. Isso nos leva a perceber o valor da felicidade no dia a dia e o poder da felicidade em manter a nossa qualidade de vida, de produção e sanidade psicoemocional.
Em 2012, durante o encontro de alto nível da ONU, realizado no Butão, os participantes relacionaram explicitamente o índice de felicidade como item fundamental no planejamento de políticas públicas. Isso mostrou que o FIB gera impacto socioeconômico consequente na economia local e mundial. Isso prova a importância da Felicidade e da conscientização que o Dia Internacional da Felicidade proporciona ao mundo.
Não se trata somente de números de impacto econômico, onde a felicidade dos povos impacta diretamente no nível de produção de riquezas físicas do país. Os dados referem-se ao quão equilibrada é a economia desse país, buscando sempre maior inclusão social e igualdade entre todos os seus cidadãos.
Diversos estudos mostraram o impacto direto da felicidade na saúde e bem-estar do indivíduo. Pesquisadores de Harvard buscaram descobrir qual o fator mais importante para se proporcionar obter felicidade. Dinheiro, sucesso na vida profissional, uma estrutura familiar sólida e amor foram os quesitos levantados nessa pesquisa. Eles analisaram diversos indivíduos ao longo de 75 anos de suas vidas. Os resultados mostraram que relações saudáveis, embasadas no amor, fazem o indivíduo se sentir mais feliz e saudável.
Os estudos também comprovaram que atividades físicas, alimentação saudável, descanso devido, momentos de lazer, entre outros fatores que afetam a saúde física, influenciam diretamente na felicidade.
Se os governos cumprirem seus papéis de suprir as necessidades básicas de seu povo, os dias serão mais felizes, na grande maioria das vezes. Possibilitar a felicidade dos mesmos e que cada indivíduo buscar o equilíbrio e suas realizações pessoais é mínimo a ser proporcionado a uma nação.
Por tudo isso, a Porankatu acredita na atitude da ONU. Criar um dia para que as nações reflitam sobre a importância da Felicidade foi uma ação extremamente oportuna. Podemos afirmar isso especialmente nestes dias em que provavelmente estamos nos sentindo mais distantes dela. Desejamos que essa fase ruim passe logo e que possamos vir a comemorar o Dia Internacional da Felicidade todos os dias.